Quando ainda menina, ao lado de nossa casa tinha um terreno baldio feito de pura macega. Certo dia, enterrei no lugar uma semente de pêssego e não é que cresceu uma árvore? Também cresci, sempre acreditando que aquela pequena árvore, que todos os anos florescia na primavera, fora eu quem plantara. Quando me gabava bem prosa do feito, as pessoas riam de mim, pensando que estaria iludida. Mesmo assim, naquela época entendi, como entende uma criança em sua simplicidade, que tudo o que existe no mundo, existe porque houve uma intenção.
Este ato singelo me fez perceber que a intenção é uma força no universo que permite que o ato de criação aconteça já que, antes de tudo o que é criado, existe uma intenção, uma energia da qual fazemos parte. Como a intenção precede a criação, ela é o início da mudança do mundo.
Não teríamos luz elétrica, redes sociais ou aviões caso alguém não tivesse tido uma intenção que fez toda diferença. E como ficam nossas reles intenções diárias? Sim, porque estamos sempre intencionando. Intenções de namoro, de negócios, de viagens, de mudanças, de cura. A questão é que tem muitas intenções das quais não somos conscientes. E, queiramos ou não, esta atitude interna e invisível, direciona o dia a dia de nossas vidas e nos traz graças. Ou desgraças.
Intenções são como setas que direcionam agora o que será vivido depois, apontando caminhos. De alguma forma, criam uma espécie de campo que precede a realização. Um campo feito de comunicação entre um mundo invisível e visível. Um mundo de ideais e de concretudes. Este nosso tempo tem agido como verdadeiro mestre a nos mostrar que chegou a hora de colocar em prática nossas melhores intenções e plantar nossas sementes.