Preço médio: gasolina é encontrada a R$ 4,69 o litro da comum nos postos
Cenário não muda
Economista e professor da Ulbra, Marcel Jaroski Barbosa pede paciência. Afinal, o cenário não deve mudar tão cedo. “Fazendo um comparativo, o Brasil está exportando lã e importando blusões. Hoje a Petrobras exporta nosso petróleo bruto e importa o refinado”, esclarece. “E isso significa um cenário que nem mesmo uma greve do tamanho desta que aconteceu consegue alterar”, avisa. “É preciso uma mudança radical na própria política do combustível”, adverte.
Para o economista, se a Petrobras continuar trabalhando visando interesses que não sejam os da população, toda a estrutura vai continuar pagando caro para funcionar. “A alta do combustível não funciona como o aumento do preço da laranja no mercado”, frisa. “A gente consegue viver sem laranja, mas toda a sociedade funciona a base do combustível. Todos são afetados de forma impactante.”
Pior mesmo para quem precisa rodar para faturar
Elisa Maia (na foto, à direita) trabalha como representante da Mary Kay. Passa o dia rodando para cima e para baixo. Então imagina o gasto dela? “A gente não sabe mais o que fazer?”, desabafou a trabalhadora de 36 anos. “Passei o último mês inteiro pagando R$ 4,74 o litro. E só agora está baixando alguns centavos. Está bem complicado”, completou. A amiga dela. Fernanda Butte (na foto, à esquerda), também trabalha rodando de carro. A representante comercial de 30 anos teve que cortar despesas para continuar levando seu produto à clientela. “Está horrível. E a gente não tem a quem recorrer. Ou paga ou fica sem trabalhar.”
Pesquisa
Já pensou em pagar R$ 4,45 o litro da gasolina aditivada? Acredite, isso é possível. Olavo Andrade encheu o tanque no início da semana no posto que fica dentro de um hipermercado em Gravataí. “Fui passando e olhando os preços na faixa”, conta. “Aí, quando vi a placa, parei na hora. Fiquei meia hora na fila, mas valeu a pena”, disse o aposentado de 60 anos. Pois então: pesquisando é possível sim encontrar gasolina a um bom preço. Alessandro Giannini, 32 anos, encheu o tanque ontem no posto que fica na esquina da Avenida Frederico Ritter com a Avenida do Trabalhador, em Cachoeirinha. No local, a comum havia baixado de R$ 4,79 para R$ 4,69. “Pode não parecer, mas dez centavos já fazem a maior diferença.”